Natal

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O parto!! Port muuuuito longo!! Aviso!!

Olá minhas amigas, hoje venho aqui dar o relato do nascimento da Bia. É um pouco longo.
A minha Beatriz nasceu no dia 31 de Outubro! Só agora é que tive oportunidade de vir aqui partilhar a minha experiência! Correu tudo bem, mesmo muito bem. Tive uma gravidez sem problemas, sem enjoos, sem nada. Só pezitos inchados de vez em quando, mas nada que uma almofadinha debaixo dos pés não resolvesse! A Beatriz esteve sentada a gravidez toda, estava confortável assim e assim ficou.
No dia 30 de Outubro, recebemos uma noticia muito triste, a morte de um familiar, o que mais tarde fiquei a saber o que provocara o parto, foi a tensão alta, que tinha crescido devido á situação em si.
Durante a noite acordei com umas moínhas na barriga, coisa pouco dolorosa, que me faziam lembrar as cólicas típicas que se tem quando se está com uma valente ‘caganeira’... Não sabia bem o que aquilo era, mas como parecia ter um comportamento mais ou menos regular fiquei de olho aberto e orelha no ar... que depois desapareceram (desapareceram porque não as senti até as 2 da manhã dessa mesma noite/madrugada)
Mais tarde já por volta das 2 e pico da manhã, voltam á carga as cólicas, o que me fez acordar sobressaltada com a dor que senti... mais uma vez as ditas cujas eram perfeitamente suportáveis, mas ainda assim a intensidade da dor era já diferente. Levantei-me mais , vim para a sala, fui à net, enquanto apontava as horas a que ía tendo as contracções.... tive umas de 10 em 10 minutos, outras de 15 em 15, outras de 6 em 6....ía variando, mas já doíam qualquer coisita pelo que fui acordar o amor da minha vida/pai, fomos tomar banho, e o papá foi telefonar para o médico, que se prontificou a dar-nos o seu número, para qualquer coisa que fosse necessário. Ele disse ao papá para que fossemos para lá que pelos sinais que eu estava a ter era já início do trabalho de parto, disse que também ia a caminho pois não estava de banco, mas que ia tentar seguir, pois era ele o meu médico e eu queria que fosse ele a fazer-me o parto. Chegada lá, por volta das 4 da manhã, fui vista por um médico (literalmente a cair de podre de tanto sono que tinha), que me disse que ainda não tinha dilatação e me mandou para casa voltando só quando as contracções fossem fortes e de 5 em 5 minutos, o papá que não acredita no que o médico diz e não aceita, então vamos para a sala de espera.
Entretanto o nosso médico chega e pergunta pela paciente, que era eu! E fica a saber que o colega de profissão tinha me mandado para casa, sorte a dele é que o papá não tinha deixado. (Fique aqui registado que de casa até ao hospital são 1:30/2 Horas de viagem :/)
O médico telefona para o telemóvel do papá a perguntar por nós, ao que o papá responde que estamos na sala de espera, nesse tempo estive sentadinha na sala de espera, com contracções de 5 em 5 minutos, dolorosas, mas suportáveis com a tal concentração. Tentava na minha cabeça analizar a dor, sentindo-a até ao seu limite e comparando-a com o meu próprio limite de suporte e parecendo que não aquilo ajudava a relativizar as coisas
Na consulta o médico faz-me novo toque, e diz que tinha dilatação mas que ainda estava no princípio. Mandou-me fazer CTG. Põem-me o cinto na barriga e no braço para medir a tensão arterial, e ai o médico diz que tenho a tensão um pouquinho alta, nada de mais, mas que faz sempre alguma diferença. Lá fui, ao fim de 20 minutos, sempre com contracções, aparece uma enfermeira, que vê que, como sempre, a Bia não se estava a mexer muito, e deu-me um pacote de açúcar. Assim que ela sai da sala... a meio de uma contracção, rebenta a bolsa de águas... bem.... que sensação estranha... e eu ali...na cadeira do CTG. Esperei, 10, 20, 30 minutos que aparecesse alguém, sempre a sentir e relativizar as dores e nada, 40, 50, 1 hora e as dores a aumentar de intensidade, e eu só falava para o vazio...está aí alguém, por favor? Socorro ?!? Ajudem ?!? Nada! Depois do que me pareceu ser uma eternidade, mas que aparentemente e por exclusão de horas deverá ter sido cerca de hora e meia agarrada, esquecida e abandonada no CTG, com a bolsa rebentada e as contracções a acabarem só na contagem de 24 segundos dos grandes, daqueles triplos... cada segundo era uma respiração completa...in and out, desesperei e comecei a gritar pelo meu marido, que estava na sala de espera e que era mesmo ali ao lado... ele apareceu, com o segurança a correr atrás dele, que não podia entrar ali, mas eu nem me importei porque FINALMENTE alguém se iria lembrar que eu estava ali!!! Pouco depois aparece uma enfermeira, que olha para mim, e eu digo, ai finalmente aparece alguém, a bolsa rebentou quando me deram o pacote de açúcar e as dores estão a ficar insuportáveis.. e ela... err.... passe ali para o gabinete que eu vou chamar o médico para a examinar... eu, depois de esperar que a contracção passasse, e me conseguir mexer novamente arrastei-me até ao gabinete, e ía deixando rasto como os caracois... nem olhava para baixo mas só sentia coisas a escorrer pelas pernas...Toque, 4 dedos de dilatação... passa a internamento. Vou, a PÉ até à sala de partos. Mandam-me entrar numa... não era aquela... siga para a segunda... tenho ideia de serem 5:45 quando lá entrei, porque tinham um relógio na parede. Subi para a marquesa, metem-me o soro, e tenho 4 contracções, do mais violento que alguma vez imaginei... a dor era lancinante, tomava conta do meu corpo todo, uma vontade de fazer força como quem tem 300 kg e meio de “merdinha” para expelir (sim, tal como achei as contracções iguais a cólicas, também achei a sensação das contracções de pré-expulsão iguais á necessidade de fazer força quando estamos ‘entupidas’ .... curioso.. ) ... só consigo suportar até apertar os dedos e os nós dos mesmos ficarem brancos... e aperto as mãos... a enfermeira tenta ajudar-me dizendo para respirar acompanhando a contracção, e lá a teoria sabia-a eu, mas a prática... o processo estava em automático, e não era eu que estava a controlar o meu corpo..Começo a perguntar pela epidural, porque na minha cabeça, se tinha agora 4 dedos de dilatação, ainda tinha metade do trabalho de parto pela frente... e eu não estava a ver como podia ficar pior ou como ía aguentar muito mais daquilo... dizem-me que estavam à espera de um resultado de uma análise... que logo que o tivessem o anestesista vinha.Ainda faltava a pior parte que era saber se a Bia já tinha dado a volta, como se o meu dedo mindinho me tivesse dito, ao fazerem a eco, viram que a menina Bia ainda não tinha dado a volta, e como pensavam que a Bia era grande o médico diz que quando a dilatação estiver completa vamos tentar fazer com que a menina Bia desse volta, não naturalmente, mas manualmente, com os dedos delicados do médico dentro de mim (rrr).
Logo ainda se avizinhava a pior parte daquela aventura. Entretanto as contracções começaram a ser muito seguidas e ai pedi a epidural (bendita a hora e bendita epidural) Por volta das 11:24 da manhã do dia 31 de Outubro, a dilatação já estava completa e então o médico tenta com que a menina Bia dê a volta, este processo bastante penoso para mim e para ela, durou para ai uns bons 30 minutos.
O médico obrigou mesmo a Bia a dar a volta, ela teimosa não queria, mas o médico lá conseguiu com que ela desse a volta e ai facilitou um pouco.
O papá que estava ao meu lado, ao ver que eu estava a sofrer a quando do médico tentar dar a volta á Bia, pergunta se não podem-me dar mais nada para as dores, o que a parteira e o anestesista respondem que não pois já tinha recebido a 1 dose.
Ainda não tinha terminado!!! Conseguida a 1 parte do processo, que era a volta da Bia, esperávamos que a partir dai era tudo mais rápido, que a Bia ia nascer já já a seguir, mas todos nós nos enganamos!
A menina Bia com a volta ficou muito subida e então lá tiveram que se por em cima de mim uma enfermeira para tentar com que a Bia descesse, eu fazia força, eu fazia as respirações, mas nada ajudava com que a Bia nascesse e eu já estava a ficar esgotada, fisicamente e mentalmente.
Até aqui ainda se aguentava, pois ainda tinha a epidural no sistema.
Nunca pensei que fosse tão duro este processo de expulsão.
Por volta das 12:35 +/- o médico, porque á uma certa altura em que eu parece que desligo por completo ( mais tarde é que fiquei a saber que tinha desmaiado) e quando acordo, meio perdida a perguntar-me onde estou e quem são aquelas pessoas á minha volta, vem uma dor lancinante que me percorre toda e me faz voltar ao real.
O papá ficou com muito medo, pois viu-me a perder os sentidos e não sabia o que se passava comigo e tinha medo que a Bia estivesse a sofrer, e sentia-se impotável ao assistir a toda aquela cena e não poder fazer nada. Olhei para ele e vi no seu rosto, pânico, mas que rapidamente se transformou em força e segurança, pois é isso que eu necessitava dele naquela altura.
Em todo este tempo dei por mim a pensar que realmente é ele a pessoa certa para mim e que sabe o que eu necessito na altura certa. Naquele momento ele sabia o que eu precisava, que era força por parte dele, segurança e uma paz de espírito, para trazer a nossa filha ao mundo.
O papá já é uma pessoa calma por si, e fiquei admirada pois o auto-controlo que teve sobre si mesmo, foi enorme.
Com o passar do tempo a enfermeira consegue com que a Bia desça e ai começo a fazer novamente forma, mas agora para que a Bia nasça mesmo.
Ás 13:31 do dia 31 de Outubro ouvimos o choro da nossa menina, parecia um som melodioso, algo que ansiávamos á muito (a Bia não chorou logo que nasceu precisou da ajuda do respirador).
Com a minha menina em cima de mim, (a fazer xixi na mãe, mais propriamente... :upss: ) nos seus 44 cm, 2200, e apgar 8 à nascença e 10 ao 5º minuto, fui cosida, enquanto falava de signos com a parteira... ( as dores desaparecem assim que a criança nasce... ).
Enquanto sou cozida ouço o pediatra a dizer as medidas e o peso da minha menina! Quando o pediatra disse, o médico ficou de boca aberta pois pensava que ela era maiorzinha e mais gordoxinha!De seguida tiraram-me a menina pois ela necessitava de ir para a incubadora, pois tinha pouco peso e altura, o papá foi com ela para ver como ela era e estava realmente.
Passei umas horitas no recobro, mas nada que não se aguentasse, e estava nervosa, pois não sabia nada da minha menina desde que ela saira da sala.
Entretanto levam-me para o meu quarto, onde o papá já lá está á minha espera, e eu pergunto como está nossa menina, ao que ele responde que vai ter que ficar na incubadora durante uns dias para ganhar peso.
Ai fico mais descansada, e pergunto á enfermeira como era com o leite, ao que ela me respondeu que eu iria dar na mesma.
Quando já vejo que posso me mexer, vou até á neonatologia ver a minha menina e tento dar-lhe do peito, mas é um processo bastante desgastoso para ela, pois ela não tem força suficiente para puxa-lo, mas não desisti á 1! Não, eu tinha que fazer com que a Beatriz bebesse do meu leite, para que ela aceitasse melhor e para que o leite fosse estimulado por ela.
Não sabia se era ela que não consegui beber do meu peito, ou se não queria.
Pensei que eu não a tinha colocado bem no peito, que ela em vez de mamar, estava a ingerir ar, o que lhe provocava dores na barriga.
No final do dia ela berrava os sete ventos, não sabíamos o que ela tinha, mas ficamos a saber que ela não comia, ela pura e simplesmente não queria mamar, não queria o meu peito…
Queria sim, mas não para mamar, mas sim para adormecer nele.
Comecei a entrar em stress, pois pensava que a culpa era minha dela estar naquela situação, mas a enfermeira da neonatologia acalmou-me e disse que lhe ia colocar um tubo desde o seu nariz até ao estômago, ara que ela comesse e não andasse a brincar com a comida.
Coitadinha da minha menina, tão pequena e já a brincar com a comida, a partir do momento em que lhe colocaram o tubo, tirava leite com a bomba e a enfermeira introduzia no tubinho para que a Bia começa-se a tolerar o leite da mamã.

6 comentários:

Anónimo disse...

Olá, mas que parto atribulado...ainda bem que a Bia está a recuperar a olhos vistos!A Joana, nos primeiros dias, também teve que ser alimentada com o meu leite através de uma sonda.Um beijinho grande para ti, Sofia

Edith disse...

Uiii foi dificil. Mas já passou, a alegria de ver o nosso bebé deve ser o que mais nos reconforta... Mesmo assim acho que cada vez tenho mais medo...

Rita Correia ilustradora disse...

Bolas!! Foi complicado... não sei se o meu maridão ou eu aguentávamos um parto desses (o meu foi hiper-super rápido felizmente)!! Tu e o teu mais que tudo foram uns valentões! E a pequena Bia também!
Um grande beijinho para vocês 3

borboleta a sonhar disse...

o parto foi mesmo complicado...
MAs a tua bia jja deve estar ao pe de ti e todas essas emoçoes negativas irao passar

beijinhos

borboleta

Mar disse...

Bem, que parto complicado! O que importa é que estão as duas bem, não é? Vais ver que a Bia cresce rapidamente; a Leonor só pesava 2360 kg quando nasceu mas foi aumentando sempre muito bem. Beijinhos e felicidades

Unknown disse...

benza deus deu certo minha filha agora ta com 5 meses e tb estava sentada e o médico ñ tinha visto foi uma dor horrivel mas tb deu tudo certo ñ foi tão demorado mas eu fiquei desesperada... minha princesa nasceu com 3,110 kg e 48 cm.