Olá minhas amigas, primeiro de tudo peço desculpa por não temos vindo dar noticias sobre a Bia, mas estes dias foram muito maus e uma azafama tremenda.
Fez ontem uma semana que a minha bebecas esteve internada, sim uma semana que eu pensei que nunca mais terminava, uma semana de desespero, choro, angústia, tristeza, culpa, de tudo o que possam imaginar...
Como o papá veio aqui contar a bebecas passou por provas bastante complicadas, que nunca pensamos que acontece aos nossos filhos.
Como sabem a bebecas foi internada na madrugada de quinta feira passada com dificuldades respiratórias, febre alta, fomos para o hospital e o médico que a viu disse que tinha que ser internada imediatamente, o pânico que estava dentro de mim instalou-se naquele preciso momento, algo que a bebecas não precisava da minha parte, mas sim apoio, esperança e força.
A febre foi um factor que foi dificil de passar, e ainda hoje estamos para saber o que provocou febres tão altas, ao que os médicos não conseguiram apurar e dizer concretamente o que provocava aquelas febres, junto com as febre altas, foram as convulsões, foram mais do que 2, se me lembro.
Na quinta fizeram RX aos pulmões dela e não encontraram nada que provocasse a falta de ar, mas ai eu disse que sofria de asma, de alergias e problemas na parte respiratória, ai os médicos pensavam que era algo hereditário e que talvez eu tenha passado para a bebecas.
Neste dias que passaram, sempre estive ao lado da minha bebecas, a dizer que a mamã estava lá, que a mamã a amava e ama incondicionalmente, que é o meu maior orgulho, a melhor coisas que tenho na minha vida, e que sem ela a minha vida não tinha sentido, como esteve sedada por causa do tubo respiratório, para ver se ela não o tirava, por vezes parecia-me senti-la a apertar-me o dedo que eu tinha dentro da sua mão.
Ai eu sentia que a minha filha estava a ouvir-me e que sabia que eu estava lá para tudo o que ela precisa-se, ai vinha uma chama de esperança de que tudo ia correr bem, as enfermeiras, os médicos foram pessoas que me deram muito apoio, diziam-me que a bebecas era forte, que ia conseguir ultrapassar esta barreira, que ia crescer bonita, com muita saúde e com muita felicidade e alegria, pois é uma criança abençoada pelos pais que tem.
Na segunda a bebecas estava melhor, já não tinha febres altíssimas, mas tinha febre, mas o que preocupava os médicos era que ela como já estava acordada, ela não queria comer, pois estava num ambiente estranho e normalmente as crianças reagem mal a mudanças bruscas na sua vida.
Foram dias também dificeis pois ela não comia, só queria o meu colo, se adormeçia, tinha um sono bastante leve, e acordada com qualquer coisa, eu para poder descansar tentava coloca-la no berço, mas ela acordava mal sentia-me a mexer. Ela até a dormir chorava, sabem aquele movimento que eles fazem quando tiveram muito tempo a chorar e depois mesmo a dormir tem?
Era assim que ela estava na maior parte do tempo, mas com o passar do tempo, a bebecas foi reconhecendo algumas das caras das enfermeiras e ria-se, mas era poucas as vezes que ela deixava que a pegassem ao colo ou se chegassem ao pé dela ou até de mim.
Tive que ficar a dormir no hospital uns dias, para ver se ela acalmava, dias esses que estamos lá vivemos em constante stresse, pois não somos só nós num quarto, mas sim mais bebés, mais pais, mais enfermeiras, mais máquinas a apitar, para quem sabe do que falo, sabe o que passei e custa-me falar, mas tenho que falar pois faz bem.
Quero desde já agradecer o apoio incondicional da vossa parte, todos os miminhos, todos os recados, a corrente de esperança e força, por terem rezado como vos pedi.
O meu MUITO OBRIGADO A TODA VÓS DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO!!!
Choro, mas não de tristeza mas sim de alegria e felicidade, pois sei que desse lado tenho amigas que estão comigo quando mais preciso.
Todas vós estão no meu coração, no meu pensamento.
Ontem a bebecas completou 3 meses da sua existência fora da barriga da mamã e a melhor prenda que nos foi dada, foi a sua alta.
Quando o médico chegou á minha beira e disse que a Beatriz podia ir para casa, eu chorei, agarrei-me a ele e agradeci-lhe por tudo ao que ele respondeu que estava lá era para isso, para ajudar crianças como a Beatriz e que estava finalmente mais alegre e descansado por ver a sua paciente mais querida ir embora para casa, para o seu cantinho, para a beira da familia.
Uma coisa que ela mandou foi não sair com a bebecas á rua estes próximos dias e se possível, não receber visitas de pessoas que estejam doentes, ou até mesmo pessoas da familia que já não sejam cá de casa.
A familia está sempre a pedir para a vir ver, mas ao que respondo que por ordens do médico que ninguém pode ver a Beatriz, e que por mim nem mesmo os avós, pois o medo que tenho que ela tenha uma recaída é muito grande.
Os meus pais e os avós paternos compreendem, agora os familiares de fora, ficam bastante chateados e pensam que estou a ser bastante egocêntrica no sentido de não a deixar ver.
O pai já não atende o telemóvel a não ser aos pais e irmão ou aos meus pais e a mim. Eu atendo quando posso, e respondo com muito educação que devido ao que ela passou e por recomendações médicas a bebecas não pode receber visitas ao que ficam todos indignados.
Por vezes tenho uma vontade enorme de os mandar á m****, pois não sabem por aquilo que eu e a bebecas passamos, que se fossem eles esta situação reagiam da mesma maneira ou até pior. Peço desculpa pelo palavrão, mas é isto que sinto, uma revolta pois as pessoas por vezes não sabem o quanto nos magoam ao dizerem certas coisas. Mas passando a diante...
Ontem eu fiz uma surpresa ao papá, o papá como estava em exame aquando da alta da bebecas, não lhe disse nada e pedi á minha irmã e pai que nos viessem buscar e que trouxessem a alcofa da bebecas, uma manta, um gorro, as luvas, bodie, e um pijama bastante quente, as fraldas de pano e também a chupeta suplementar que tenho em casa. E assim foi, a tia e o avô vieram e as enfermeiras estrelizaram a chupeta da bebecas para que ela podesse usa-la sem problemas, dei o leite á Bia, pu-la a arrutar, mudei-lhe a fralda, vestia-a com a roupinha que pedi á tia que troxesse.
Nestes dias a bebecas perdeu algum peso e neste momento está com 3 kilos, mas ao que o médico diz que ela vai recupera-los bem rápido e ultrapassa-los agora que está em casa e com a mamã ao lado dela.
Continuando... vesti-a, coloquei-lhe o gorro e as luvas, ao que ela não gostou muito, pois viu-se reduzida nos movimentos, envolvi-a na manta e tentei adormeçe-la e passado pouco tempo ela adormeçeu, pois estava cansada e com a barriga cheia, deitei-a na alcofa, e fechei a parte de cima da alcofa que tapa os bebés e meti a fralda por cima da capota da alcofa para depois bota-la para baixo.
O avô pegou na alcofa, eu despedi-me de todos e agradeçi por tudo e viemos embora, pelo caminho a bebecas dormiu muito bem, estava sempre a olhar para ela, e a um certo momento ela devia estar a sonhar com algo de bom que fez um sorriso ao que eu me derreti, podia não ser para mim, mas soube muito bem ver aquela carinha sorrir depois de tanto tempo ve-la chorar.
Chegamos a casa e a minha irmã telefonou ao papá e disse-lhe para ela vir ter a minha casa que depois iam todos juntos ter comigo, aqui vocês devem estar-se a perguntar, afinal elas vieram para casa ou não? Viemos, mas era para fazermos uma surpresa ao papá pois o papá não sabia que nós (eu e a Bia) já estavamos em casa e que tinha sido dada a alta á Bia.
E assim foi a minha mãe chegou primeiro e estranhou ver o meu pai já em casa e ai ele veio até ao meu quarto e mostrou a novidade, ai a minha mãe chorou e eu corri até aos seus braços e chorei também, pois já não via os meus pais á uma semana, a minha mãe depois de mais calma foi ver a bebecas, mas assim muito rápido ao que o meu pai lhe explicou o que o médico disse e ela disse que por ela ninguém entrava lá em casa sem seres eu, o papá, os avós e os tios.
Quando chegou a hora que normalmente o papá ia ter connosco e chegou a nossa casa e a minha mãe lhe disse "A menina já está em casa" ele pensou que tivesse acontecido algo de muito mal, e então eu apareci com a bebecas ao colo e ele foi a correr ter connosco e abraçou-nos, pegou na filha e deu-lhe muitos beijinhos. Foi algo tão bonito de se presensear, que não tenho palavras suficientes que o demonstrem.
O testamento já vai longo e não quero vos chatear mais, mas mais uma vez vos agradeço por tudo.
Um grande xi-coração e mil beijos para todas vós e para os vossos rebentos, um em especial para a madrinha, para a prima e o padrinho (Sofia, Joana e Pedro)
