Natal

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Saúde oral, flúor e crianças

É fundamental, em vários aspectos, uma criança ter uma dentição correcta. Não só numa perspectiva de saúde oral, mas sim também na alimentação, na aprendizagem da fala e no desenvolvimento da autoconfiança.

Por tudo isto, é muito importante motivar e educar as crianças quanto à importância do cuidado com os dentes o mais cedo possível, principalmente se tivermos em linha de conta que, de todos os grupos etários, são as crianças as que têm mais tendência a sofrer cáries, não só pela alimentação, como pela falta de destreza manual para lavar a boca», sustenta a Dr.ª Catarina Coito, médica dentista, durante o 1.º Encontro Parkids, em Oeiras.

Todos nós sabemos que vamos ter, ao longo da nossa vida, duas dentições completas: a de leite e a definitiva. A primeira vai nascer entre os seis e os 27 meses e fica completa até aos 3 anos de idade – 20 dentes. Apesar de algum desleixo habitual em relação a estes dentes, a verdade é que deve ser dada a estes uma atenção tão focada como se se tratasse de dentes definitivos.

«É usual que o aparecimento da dentição de leite provoque febre e fezes mais líquidas. É normal que exista algum espaço entre esses dentes de leite, pois, convém não esquecer que os dentes definitivos vão ser maiores, logo vão ocupar mais espaço.
Depois dessa dentição completa devem ser cuidados com atenção. A sua substituição vai dar-se ao longo de seis anos, devendo essa mudança estar completa até aos 12 anos.
Actualmente, essa dentição começa a aparecer cada vez mais tarde, com casos em que tem de ser o próprio dentista a forçar a mudança, ou podem igualmente suceder casos em que, devido a alguns dentes definitivos mal posicionados, alguns dentes de leite podem cair», esclareceu a especialista.

Enquanto as crianças ainda são muito novas, nomeadamente até aos 3 anos sensivelmente, é conveniente serem os pais a lavar os dentes, de forma a garantir que os mesmos são correctamente limpos.
Depois, a partir dessa idade, já podem ser as próprias crianças a proceder à sua limpeza, embora com o controlo de um adulto. Uma boa forma de as educar nesse sentido é fazendo com que os menores lavem os dentes junto dos pais.

Segundo a dentista, «as crianças tendem a aprender por imitação. Deste modo, é aconselhável lavar os dentes junto com os pais. É um bom exercício de aprendizagem para elas. De início, deve-se ensiná-las a proceder à lavagem duas vezes por dia (de manhã e antes de ir para a cama) durante dois minutos. Uma preocupação adjacente a toda essa educação deverá ser a desabituação e desencorajamento das chuchas e de chuchar no dedo. Essa atitude de desincentivo vai promover o correcto desenvolvimento do palato e, consequentemente, da estrutura maxilar».

Além da questão da aprendizagem em relação à higiene, há igualmente algumas opções, nomeadamente no campo da intervenção preventiva, que podem evitar, a médio ou longo prazo, algumas patologias, especificamente as cáries, que afectam a grande maioria das pessoas.
De acordo com Catarina Coito, «cerca de 95% da população portuguesa tem, teve, ou terá, cáries. Uma boa forma de as evitar é não só através de uma boa limpeza, como também pela aplicação de flúor.
Nas crianças, o flúor deve ser administrado o mais cedo possível, desde a primeira dentição. Além disso, as crianças devem usar uma pasta que contenha entre 1000 a 1500 ppm de flúor. Além destas formas, pode absorver-se flúor também bebendo água da rede pública, leite ou fazendo bochechos de elixires, entre outros», defende a especialista.

«É muito importante que a primeira consulta seja meramente informativa e de conhecimento, ou apresentação, entre as crianças e os dentistas. Toda a envolvência de um consultório, com aquelas máquinas intimidantes e aparelhos que fazem barulhos estranhos, assusta muitos adultos, quanto mais crianças. Além disso, muitas vezes, os pais estão extremamente ansiosos, andam de um lado para o outro, constantemente a perguntar aos filhos se está tudo bem. Esse comportamento não é benéfico e, nessas alturas, é preferível pedir-lhes para ficarem na sala de espera», defende Catarina Coito.

Fonte: Médicos de portugal

1 comentários:

Anónimo disse...

Olá mamã, mais um texto essencial para todas nós, obrigada!
Beijinhos,Sofia,Pedro e Joana