Natal

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Um parto em boa posição

Olá migas, está tudo bem connvosco? Acho que sim...
Ontem foi dia de consulta e do famoso toque....rrrrr até me arrepiei toda!!!
Lá fizemos o CTG e ouvimos o som mais melodioso do mundo, o bater do coração da Beatriz.
A menina Beatriz no início estava quietinha, depois quando viu que a mamã estava muito parada para gosto dela, começa aos pontapés ou ás cabeçadas aos sensores. Ai que vergonha, ela não parava quieta, acreditam?
O papá ria-se, pois para ele é muito fácil, aogra para mim, sem me poder mexer e a menina Beatriz a dar estas turras todas, sai de lá pior que um chapéu de um trolha!!
Lá estivemos durante 30/35 min, oSr, doutor dizia que ela é uma menina muito mexida (até parece que o Sr. doutor não a conhece :)), não se assinalaram contracções, o que é bom, pois assim a mamã está mais descansada, mas minha querida filha não penses que ficas aqui para sempre, era lindo, eu ter-te dentro de mim durante mais tempo, a mamã já parece que vai arrebentar, se estivesses mais tempo ai de certeza que a mamã arrebentava e ia a flutuar como um balão acabado de ser picado por uma agulha e voava, voava...
Estão a imaginar a idea? Não me parece!!!
De seguida fomos fazer o dito toque. Ai!!!!
Ai meninas doeu e não foi pouco, o papá depois se podesse levava a mamã ao colo, mas como ela está muito pesadinha, não pode ihihihihi
Mas hoje a mamã já está melhor, sim, com umas dorezitas pequenas, mas que se suportam.
Para melhorar o meu dia de ontem a Bia contunuou com as suas peripécias do circo e não parou a noite toda, quer dizer, quando a mamã necessita mesmo, mas necessita mesmo de dormir a menina Beatriz começa com os seus espectáculos.
Ai meninas acgo que não aguento mais isto.
Mas continuando, o colo ainda estava verdinho e fechado, o que indica que a Bia vai cá estar por mais uns dias... mas o rolhão mucoso já começou a sair, não por todo, mas sim aos poucos.
Sinto-me molhada e detesto esta sensação, parece que sou incontinente, desculpem-me estas palavras, mas tenho que dizer o que me vai no peito.
A menina Beatriz ainda não deu a volta, mais uma coisa que veio preocupar aqui a mamã, pois o Sr. doutor disse que se ela não der a volta que na altura do parto se vir que tal que fazer a volta manualmente, o que não me agrada muito.
Mas se tiver que ser, assim seja.
O Sr. doutro dise para se sentir algum desconforto ao algumas contracções para lhe telefonar e lhe informar de quanto tempo são as ditas cujas e se vir que tal manda-me para a maternidade.
Hoje vai ser o meu ultimo dia de aulas, a mamã vai se despedir das colegas de turma e vai ficar em casa até que a Beatrix se decisa nascer. :)
Agora vai aqui um artigo sobre o parto e a sua história.
Provavelmente, talvez o melhor parto seja aquele em que se permite à mulher adoptar a posição que deseja, dado que certamente ela escolherá aquela que menos dor lhe provoque.
É possível que as mudanças na posição do parto que se produziram com o decorrer dos séculos sejam o fruto de uma selecção cultural que o homem tenta – mediante a sua inteligência – para poder resolver um problema muito difícil.
Ao mesmo tempo, é verdade que esta procura da posição ideal se encontra cheia de erros e contaminada pelos usos e costumes de cada uma das épocas e das culturas.
Não é raro então que aqueles que defendem um regresso a modalidades de parto mais naturais, sem condicionamentos culturais, encontrem outros em franca oposição devido aos altos índices de mortalidade perinatal próprios dos povos que não possuem uma assistência moderna durante o parto.
Não parece razoável então repetir o caminho de muitas mulheres que, na antiguidade, no momento do parto se afastavam da povoação, se colocavam de cócoras por detrás de um arbusto, davam à luz os seus filhos, cortavam o cordão umbilical, queimavam a placenta e regressavam ao grupo a que pertenciam com o bebé nos braços.

Um pouco de antropologia
Na espécie humana, o parto é mais difícil que noutras espécies animais.
A teoria evolutiva utiliza uma resposta para isso justificada pela lenta passagem do "hominídeo" ao "homo sapiens", em que a função obstétrica da pélvis teve de subordinar-se às exigências de uma eficiente utilização das duas pernas para caminhar.
Esta posição erecta implica uma forte sustentação muscular à altura da pélvis para evitar o prolapso, ou seja a queda dos órgãos que se encontram dentro do abdómen, o que certamente provocou um aumento na espessura dos ossos e um estreitamento da pélvis.
Calder, um famoso antropólogo, escreveu em 1976: "os seres humanos têm um parto difícil porque a evolução lhes provocou um aumento do volume do cérebro do recém-nascido próximo dos limites do canal ósseo. Este é um compromisso preocupante dado que a pélvis deve ser suficientemente forte para caminhar ou correr, mas não demasiado densa, para que não reduza as dimensões do canal de parto e impeça a passagem da cabeça do feto...".

O que nos mostra a arte antiga
Na arte antiga encontramos uma boa amostra sobre as diferentes posições de parto.
As antigas esculturas egípcias mostram as mulheres a dar à luz em posição sentada e com o busto erecto.
Encontramos uma cadeira obstétrica nas figuras em mármore do templo de Golgoi, em Chipre (480 a.C.).
Hipócrates aconselhava que a mulher desse à luz sentada, e Artemidoro de Éfeso (2º século d.C.) descrevia a utilização de uma cadeira obstétrica.
Em Roma as mulheres davam à luz na cama, e os mais abastados atapetavam o leito com flores e purpurina.
Outras, davam à luz apoiadas a uma mesa, e se o parto era muito trabalhoso, tanto as romanas como as gregas apoiavam-se sobre os joelhos e os cotovelos.
A apresentação de uma parturiente sentada numa cadeira especial e assistida por outra mulher colocada em frente (o nome de obstetra vem de "obstare", estar na frente), e com alguém que a apoia pelas costas, encontra-se num baixo-relevo de um túmulo em Ostia, próximo de Roma, numa placa de mármore pertencente ao século II a.C.
Idênticas figuras encontram-se nas esculturas maias e incas.

Em épocas mais recentes...
Em 1690, a obstetra Siegmundin, da corte de Brandemburgo, dispunha de uma cadeira de parto que podia transformar-se numa cama e que permitia diferentes movimentos de espaldar e das perneiras, segundo os diferentes momentos do trabalho de parto.
Em finais de 1600, em França, Mauriceau mostra diferentes posições de parto, mas com preferência pela posição de supino (de costas), embora delegue na mulher a liberdade de escolher a "mais cómoda". Althabe (1982), na Argentina, menciona: "a posição de decúbito dorsal ou supino é particularmente ocidental, deve a sua origem ao obstetra francês Mauriceau e é francamente aceite pela comunidade médica, pela comodidade que outorga ao médico que examina".

Como influi a posição de parto no feto?
Caldeyro-Barcia (1979), prestigioso investigador uruguaio, dedica parte do seu tempo à análise da relação que existe entre a posição de parto e a condição do feto.
A sua conclusão é que a pressão parcial de oxigénio no feto, tanto nas artérias como nas veias, é maior nas mulheres que estão sentadas ou em posição erecta que naquelas que fazem o seu trabalho de parto deitadas.
A hipótese da maioria dos autores que estudam o tema é que na posição deitada, a ventilação pulmonar se encontra reduzida devido a que o útero se aproxima do diafragma.
Outra observação é que o volume de sangue ejectado pelo coração é menor na posição deitada que em pé.
Simultaneamente, sabe-se que as contracções uterinas na posição erecta são mais frequentes mas menos intensas, o que proporcionaria maior eficácia ao trabalho de parto com um cansaço menor para a mulher.
Muitos autores afirmam que nesta posição a dor diminui significativamente.
Também se observou que a posição erecta, acumula à força das contracções, o peso do feto sobre o segmento inferior do útero.

Uma posição "em retirada"
É difícil tomar uma posição definida dado que, de acordo com tudo o que foi dito, a posição do trabalho de parto apresenta uma forte contaminação dos hábitos e das regras culturais da época. É por isso que encontramos evidências que demonstram que as mulheres já deram à luz deitadas, de costas, apoiadas nos cotovelos e nos joelhos, na água, no campo, ou em cadeiras, para enumerar somente algumas formas.
No entanto, poderia dizer-se que actualmente a posição de litotomia (ginecológica) vai perdendo espaço, devido a que as investigações demonstram que diminui o retorno de sangue ao coração devido à compressão que o útero exerce sobre a veia cava inferior, que é a veia que recolhe o sangue dos membros inferiores e o distribui para o coração.
Por isso, também decresce o nível de oxigénio no feto.
Além disso, esta posição dificulta os puxões e reduz a efectividade das contracções.
Ao mesmo tempo, ao estar deitada sobre as costas, a mãe não tem uma boa visualização do parto, pelo que em algumas maternidades se costuma colocar um espelho em frente da pélvis para que a mamã possa ver a efectividade dos seus puxões e a cabeça que nasce através da vagina.
Este detalhe pode ser de grande importância, e tal é assim que para melhorar a efectividade dos puxões muitas parteiras permitem que a mãe toque na cabeça do bebé para verificar o grau de força que faz.
A vantagem mais importante desta posição é que, devido às pernas da mãe se encontrarem elevadas e seguras, permite visualizar melhor a zona perineal a quem assiste o parto, e ter uma melhor percepção sobre a conveniência de realizar ou não uma episiotomia.

A melhor posição
Actualmente, e com o conhecimento que existe das salas de parto do mundo ocidental, começa a verificar-se que a posição semi-sentada ou dorsal é a posição que vai ganhando em cada dia mais adeptos, dado que a mãe se apoia sobre almofadões ou sobre um espaldar, as pernas apoiam-se em perneiras e não costumam estar presas, é relativamente cómoda e permite uma boa visualização por parte da mãe do nascimento do seu filho.
Além disso, a parteira encontra-se sentada e não em pé, o que parece menos agressivo aos olhos da mãe e do pai.
Mesmo assim, alguns investigadores mencionam que a oxigenação do feto é melhor do que na posição de deitada.
Nesta posição, as mães têm a sensação de que deram à luz de uma maneira mais natural.
Não obstante, se a expulsão da cabeça do feto demora, costuma ser mais eficaz deitar a mamã e permitir-lhe que dobre os joelhos, dado que essa posição tem semelhanças com a posição de cócoras, que melhora a sensação de puxar e encurta o canal de parto.
Geralmente, na maioria das maternidades não se permitem outras posições, embora algumas equipas obstétricas admitam a posição de joelhos ou com o apoio dos cotovelos e dos joelhos. Provavelmente, a melhor posição para o parto seria a que a mamã escolhesse, já que – através do seu próprio instinto – certamente que ela adoptaria a mais cómoda e a menos dolorosa.
No entanto, nas condições actuais não é fácil de conseguir.
Não obstante, é possível que em algum momento do controlo pré-natal a mamã possa iniciar um bom diálogo com o seu obstetra para analisar as vantagens e desvantagens de cada posição e assim sentir-se segura e apoiada nesse momento tão especial.

Da casa à maternidade
Entre 1950 e 1960 os partos deixaram de ser domiciliários e deslocaram-se totalmente para a estrutura hospitalar, pelo que a preparação das salas de parto se projecta sobre a base dos partos de risco.
Por isso, inclui-se sempre uma camilha que também permite os partos fisiológicos.
Aqui fica demonstrado que a "medicalização" do parto é quem determina a escolha da posição.
Uma postura como consequência da "medicalização"
Alguns autores afirmam, embora de maneira inconsistente, que a posição de "apoiada nos joelhos e nos cotovelos" – própria das mulheres da Amazónia – é mais fisiológica que a posição ginecológica (litotómica).
E é verdade que esta última, adoptada na maioria dos países ocidentais, mais do que uma escolha devida a motivos fisiológicos, obedece ao papel preponderante que se atribuiu ao operador obstétrico nos últimos duzentos anos.
Para dizê-lo de uma maneira mais simples, faz parte da discutida "medicalização" dos partos...
Pois bem, tinha que falar sobre o parto, e um pouco sobre a sua história ao longo do tempo.
Tenho muito receio que algo não corra bem, que a Beatriz sofra, ou que eu não consiga ser uma boa mãe depois do parto.
É normal este receio, mamãs? Ou será que estou a ficar paranóica?
O post vai longo e a mamã vai ter que sair, mas quando poder volta para ver as colegas de aventura.
Beijocas para todas vós

4 comentários:

Celine disse...

Tem calma amiga vai correr tudo bem!! Vais ser uma excelente mãma, cheia de amor para dar a tua Bia!! Beijocas e não te preocupes vai correr tudo bem. Beijinhos

Anónimo disse...

Olá meus amores, já vi que a tua mãe não para, não é Beatriz?
Meus amores a partir de agora quem manda é o papá por isso portem-se bem, senão eu chateio-me, mas mais com a mamã do que contigo.
Venho só aqui dar um miminho para vocês.
Vejo-vos logo á noite e vou dar ainda mais miminhos, pois vocês precisam.
Beijos

T. disse...

Vais ver que vai correr tudo bem e esses receios são perfeitamente normais!!!!
Beijinhos

borboleta a sonhar disse...

ai a beatriz esta quase ai :P